Sobre Infertilidade Masculina

Sobre Infertilidade Masculina

Você sabia que um em cada seis casais terá dificuldade para engravidar?
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a mulher não é a principal responsável pelos problemas de fertilidade. Na verdade, homens e mulheres têm a mesma probabilidade de serem inférteis. O homem é o responsável em cerca de 30% das vezes e, a mulher, em outros 30%. Nos demais 30%, os dois parceiros possuem problemas que impedem a gravidez. Nos últimos 10% dos casos, não é possível definir o motivo da infertilidade do casal.

A dificuldade para se ter filhos é mais comum do que se imagina.

Alguns estudos ligados a bancos de sêmen apontam uma piora importante na qualidade do sêmen humano nas últimas décadas. Os jovens estão cada vez mais cedo tendo contato com bebidas alcoólicas, cigarros e drogas. O número de pacientes obesos tem aumentado de maneira alarmante em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. A exposição à poluição também é cada vez maior em grandes centros urbanos. Outro fator que tem sido estudado é a influência do estresse da vida moderna sobre a fertilidade. Jornadas de trabalho cada vez maiores, maior pressão psicológica no ambiente de trabalho, menor quantidade e qualidade de sono, têm se mostrado elementos prejudiciais à fertilidade masculina.

Mudanças na qualidade de vida, incluindo uma alimentação saudável e balanceada, a prática de atividades físicas e a eliminação do consumo de álcool e drogas, podem trazer efeitos benéficos.

Além disso, existem outros problemas relativos especificamente ao aparelho reprodutor do homem:

  • Varicocele: Uma dilatação das veias do testículo, formando ‘varizes’ ao seu redor. O sangue ali represado leva ao aumento da temperatura testicular diminuindo a oxigenação e aumentando a liberação de radicais livres. Como consequência, pode ocorrer diminuição da produção, da movimentação e do funcionamento dos espermatozoides. Está presente em cerca de 40% dos homens com alterações seminais.
  • Criptorquidia: patologia na qual o testículo não desce corretamente da cavidade abdominal (onde se desenvolve na vida intrauterina) para o escroto. Deve ser corrigida na infância, por meio de cirurgia para evitar diminuição acentuada na qualidade do sêmen. Cerca de 6% dos homens inférteis tiveram problemas nos testículos quando crianças.
  • Obstruções nos canais que transportam os espermatozoides também podem deixar o homem estéril. Elas advêm de infecções, especialmente urinárias, e doenças sexualmente transmissíveis, genéticas ou congênitas.
  • Outras causas relacionam-se a problemas hormonais, cirurgias na bexiga, próstata ou outros órgãos do aparelho urinário, radioterapia e quimioterapia para o tratamento de diversos tipos de câncer.

Por outro lado existem casos de infertilidade masculina não têm origem definida com exatidão. Existem tratamentos empíricos para essa condição, baseados em conceitos teóricos. Vários medicamentos têm sido utilizados, entre eles os antiestrogênicos, os androgênicos, as gonadotrofinas, vitaminas A, C e E, entre outros. Alguns desses medicamentos aumentam por curto período de tempo o número de espermatozoides, porém, isso não se reflete em aumento das taxas de gravidez, já que o problema nesses pacientes é a qualidade dos espermatozoides e não apenas a quantidade. Em outros casos, o uso prolongado de certos medicamentos pode comprometer ainda mais a fertilidade já debilitada destes indivíduos.

Nesses casos é possível submeter-se a técnicas de reprodução assistida, principalmente a fertilização in vitro associada à micromanipulação de gametas, que são comprovadamente eficazes para gravidez. Mesmo em pacientes com um número extremamente reduzido de espermatozoides, é possível a realização da fertilização in vitro.