Bexiga Hiperativa, o que isso significa?

Bexiga Hiperativa, o que isso significa?

A síndrome da bexiga hiperativa é definida pela Sociedade Internacional de Continência como uma entidade caracterizada por urgência miccional, com ou sem incontinência. É altamente incomodo e o/a paciente apresenta com urgência urinária concomitantemente com aumento da frequência urinária diurna e noturna. Ocorre em 4,8% das mulheres com menos de 25 anos de idade aumentando progressivamente, chegando a 35% naquelas acima de 65 anos.

Os fatores de risco descritos para o desenvolvimento de bexiga hiperativa são a infecção urinária, diabetes e a idade. Alterações na integridade do sistema nervoso central, sistema nervoso autônomo e perturbações na ultra-estrutura das relações intercelulares da musculatura detrusora são mecanismos relacionadas com a gênese da bexiga hiperativa.

O diagnóstico é feito através das queixas de urgência urinária relatada pelos pacientes, sem outras causas de patologias com a mesma sintomatologia como infecções urinárias, cistites, etc. Nas mulheres o exame vaginal deve ser realizado, podendo evidenciar atrofia epitelial, incontinência urinária de esforço, massa pélvicas, prolapso genital. Nos homens a hipertrofia benigna ou maligna da próstata, tu vesical, devem ser consideradas.

Exames de urina, ultrassonografia do trato urinário, cistoscopia são necessários. A avaliação urodinâmica objetiva estudar fundamentalmente a fase de armazenamento vesical. O diagnóstico pode ser feito desde um exame normal, até a presença de contrações involuntárias e incontinência urinária de esforço ou mista. A fase miccional do exame pode evidenciar hipoatividade detrusora, obstrução infra vesical e outras alterações no esvaziamento vesical.

As complicações da bexiga hiperativa são principalmente:

  • Cirurgias desnecessárias quando não diagnosticada a bexiga hiperativa, mulheres podem ser submetidas e correção cirúrgica da incontinência, sem sucesso.
  • Homens que operam a próstata e tem a bexiga hiperativa associada tem um risco maior de ter incontinência pós operatória.
  • Lesão do trato urinário superior. Contrações involuntárias de alta amplitude (acima de 40 cm H2O), podem lesar os rins do paciente.
  • Aumento da prevalência de quedas e fraturas. Pacientes idosos apresentam mais quedas e fraturas em virtude da urgência e incontinência urinária
  • Depressão, desordens do sono também tem maior incidência em pacientes com esta síndrome .

O tratamento é clinico, utilizando-se fundamentalmente medicamentos anticolinérgicos e antiespasmódicos, por um período não inferior a 3 meses. Fisioterapia perineal também pode ser útil. As medidas terapêuticas melhoram sobremaneira a qualidade de vida dos pacientes.