Litíase Urinária: Tire suas dúvidas!

Litíase Urinária: Tire suas dúvidas!

A Litíase Urinária, popularmente conhecida como “pedra ou cálculo nos rins” é uma doença muito presente em nossa população. Ela tem um predomínio no sexo masculino e maior incidência na faixa etária entre 20-40 anos. Estima-se que 12% dos homens e 5 % das mulheres apresentarão litíase urinária durante a vida.

Nas últimas décadas houve aumento na prevalência dos cálculos urinários. Em 1980 a prevalência em nossa população era de 3,8%, subiu para 5,2% em 1994 e em 2010 chegou a 9%. A mudança no estilo de vida, com aumento de ingestão de sódio e proteínas de origem animal, além do crescimento da obesidade, são fatores implicados neste aumento.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa o cálculo que está no rim dificilmente leva a um quadro doloroso. A temida cólica renal ocorre geralmente quando o cálculo obstrui a saída da urina, normalmente no ureter – canal que leva a urina dos rins até a bexiga.

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O sintoma mais comum da litíase urinária é a dor nas costas, de forte intensidade. Normalmente não tem uma posição que leve a melhora e não é desencadeada por esforço físico ou movimentação. Essa dor pode irradiar para o abdome, virilha ou testículo. Algumas vezes o quadro não é típico, e pode se manifestar com sintomas parecidos com uma infecção urinária como ardor ao urinar ou ir muitas vezes ao banheiro. Quando existe febre em conjunto com esses sintomas deve-se ficar atento, pois pode haver uma infecção associada e o tratamento deve ser feito o mais rápidamente possível.

Existem doenças que podem se confundir com cólica renal. A mais comum é a lombociatalgia e a dor lombar muscular. Nesses últimos casos a dor normalmente é desencadeada por esforço ou movimentação e aliviada com mudança de posição ou repouso. Algumas vezes ela irradia para as pernas. Outras doenças que podem ter sintomas parecidos são: pielonefrite (infecção nos rins), cistite, apendicite, diverticulite, herpes zoster e outras.

É fundamental a avaliação pelo médico para direcionar o diagnóstico através da conversa com o paciente e o exame físico do mesmo. Se necessário serão solicitados exames complementares. Normalmente esses são: exame de urina, radiografia do abdome, ultrassonografia de rins e vias urinárias, tomografia computadorizada de abdome e pelve, urografia excretora e ressonância magnética. Cada exame tem suas vantagens e desvantagens e podem ainda ser combinados para se chegar a um diagnóstico.

O tratamento se baseia em alguns dados que o médico conseguiu através da propedêutica supracitada, notadamente: dor e sinais de gravidade como febre; doenças associadas; medicações em uso pelo paciente; achados do exame físico; tamanho e localização do cálculo mostrado pelos exames de imagem.

Muitas vezes existem várias opções de tratamento para um cálculo renal e é fundamental a interação entre médico e paciente para se optar para o tratamento mais adequado.

As modalidades terapêuticas vão desde a observação ou uso de medicações para facilitar a expulsão do cálculo, tratamento com ondas de choque, passando por cirurgias endoscópicas, percutâneas, laparoscópicas e abertas. Cada uma delas com seus prós e contras.

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Representação das cirurgias: 

A – Nefrolitotripsia Percutânea: através de uma punção no rim com uma agulha, realiza-se uma dilatação do trajeto e chega-se até a pedra para quebrá-la e remove-la.

B e C- Ureterorrenolitotripsia: remove-se o cálculo do ureter ou dos rins através do próprio canal da urina, sem cortes.

D- Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO): máquina que emite ondas de choque direcionadas ao cálculo para sua fragmentação e posterior eliminação na urina.

Há de se ressaltar ainda a prevenção da litíase urinária. Em pacientes que apresentam episódios repetidos de cálculos, é recomendável que se avalie alguma predisposição, através de exames laboratoriais. Além disso, é sempre recomendável hidratação abundante, evitar excesso de sal e proteínas na alimentação e procurar ingerir alimentos cítricos.

Em conclusão, as “pedras nos rins” têm uma importância relevante em nosso meio, atingindo notadamente a população economicamente ativa e com uma presença crescente. Deve-se procurar orientação médica quando houver sintomas sugestivos de cálculos e assim receber o tratamento mais adequado. Ademais, pode-se prevenir o aparecimento das pedras através de medidas dietéticas simples. Em caso de dúvidas, contate um urologista.