Abordagens da HBP no consultório

Abordagens da HBP no consultório

Antes de tudo, vale lembrar que tratamos da Hiperplasia Benigna da Próstata em detalhes em posts anteriores:

O que é a Hiperplasia Benigna da Próstata?

O que são disfunções miccionais? E como isso afeta a qualidade de vida do homem?

Em resumo a HBP consiste num aumento prostático que não é câncer e não aumenta a chance dele ocorrer. Entretanto, esse crescimento pode levar ao surgimento do que chamamos de sintomas do trato urinário inferior: LUTS (Lower Urinary Tract Symptoms).

Conversamos a respeito da próstata e sua relação com os sintomas. Agora vamos entender a propedêutica do urologista a fim de ajudar o paciente com Hiperplasia Benigna da Próstata


Abordagem da HBP: O que o paciente nos conta?

Primeiramente o paciente nos descreve seu sintomas, os LUTS vistos anteriormente. Tratamos de cada sintoma, sua intensidade e frequência, além do impacto na qualidade de vida.

Com a prática as comunidades urológicas padronizaram um questionário sobre os LUTS e assim é possível fazer estudos, além de proporcionar uma forma mais objetiva de acompanha-los.

Esse questionário é o IPSS: International Prostate Symptom Score ou Escore Internacional de Sintomas Prostáticos. Consiste de 7 perguntas, uma para cada sintoma, graduadas de 0-5 conforme a frequência e uma pergunta adicional sobre a qualidade de vida. Assim, obtemos um escore de 0-35. Com essa nota, ainda, classificamos os sintomas como leves (0-7), moderados (8-19) ou graves (20-35). Por fim, as orientações dos guidelines nacionais e internacionais levam em consideração esse escore para propor tratamentos.


Existem muitas outras condições que podem levar ao aparecimento dos LUTS, entre elas:

  • Cálculos ureterais distais;
  • Estenose de uretra;
  • Tumores vesicais;
  • Bexiga hiperativa;
  • Hipocontratilidade detrusora;
  • Síndrome da dor pélvica crônica;
  • Bexiga neurogênica;
  • Infecções urinárias;
  • Corpos estranhos.

Como os LUTS são divididos em sintomas de esvaziamento e armazenamento (post anterior), o tratamento pode ser direcionado a depender de quais sintomas predominam.


Abordagem da HBP: O que o urologista vê no consultório?

Ressaltamos sempre que examinar o paciente é primordial. A atenção deve ser dada ao abdome inferior e genitália. A finalidade é avaliar a bexiga e se há possibilidade de outras doenças na região. Por último, é fortemente recomendado o exame prostático por toque retal na abordagem da HBP. Além da possibilidade da detecção de nódulos, o que chamaria a atenção para o câncer de próstata, é possível ainda avaliar o tamanho da próstata. O volume prostático pode ter importância na escolha do tratamento adequado para o problema.

Desenho esquemático de exame de toque retal

Exames complementares na abordagem da HBP

Após avaliar o paciente no consultório, o urologista muitas vezes recorre a exames laboratoriais e de imagem. Assim, pode ter mais informações sobre o paciente e tomar uma decisão mais acertada.

Exame de Urina
O exame de Urina I é amplamente acessível e barato. Na abordagem da HBP pode fornecer dados como presença de proteína, sangue e glicose na urina e, ademais, avaliar a possibilidade de infecção urinária.


PSA
Dedicamos um post a falar sobre o PSA e sua relação com o câncer de próstata. Entretanto, qual o seu papel na Hiperplasia Benigna da Próstata?

O PSA, ou Antígeno Prostático eSpecífico, é produzido pela próstata. Assim um volume aumentado da próstata, via de regra, leva a níveis aumentados de PSA. Assim essa substância pode nos contar sobre o tamanho e crescimento da próstata. Ressalto, contudo, outras causas de aumento de PSA: câncer de próstata, infecções urinárias, prostatites, colocação de sonda na bexiga, falta de orientações ou de seguir as orientações antes da coleta (não andar a cavalo, bicicleta ou praticar relações sexuais alguns dias antes).


Urofluxometria
A urofluxometria é um exame rápido, não invasivo e que fornece informações objetivas sobre a micção do paciente. Nesse exame o paciente urina em um recipiente e, através de sensores, um gráfico é construído com informações sobre o jato urinário. Portanto ele deve ser considerado na abordagem inicial da HBP e, sobretudo, antes de iniciar algum tratamento medicamentoso ou cirúrgico.


Ultrassonografia da Próstata, Rins e Vias Urinárias
A ultrassonografia é um exame valioso, sobretudo quando o paciente apresenta-se com queixas significativas pela HBP. Esse exame pode contar-nos informações sobre a próstata, a bexiga e os rins.

Como paciente com Hiperplasia de Próstata não apresenta risco aumentado de alterações nos rins ou vias urinárias altas, a US dos rins e vias urinárias pretende avaliar hematúria (sangue na urina), suspeita de litíase ou resíduo vesical elevado após a micção, ou muita urina na bexiga após urinar. Nessa última situação sim, pode haver risco de dano para os rins.

Médico e paciente observam exame de ultrassonografia e conversam

Por último, um dado valioso é o tamanho da próstata. Para esse fim, a via transretal é mais precisa que a via abdominal para mensuração. Entretanto, devido ao desconforto do US transretal, via de regra utilizamos a via abdominal para medir a próstata. É interessante ressaltar que o exame de toque tem baixa precisão para estimar o volume de próstatas acima de 30mL. Por isso, em algumas situações para determinar o melhor tratamento medicamentoso e com forte recomendação antes do tratamento cirúrgico, o volume da próstata deverá ser medido pela ultrassonografia.

Voltaremos a este assunto extenso no futuro para abordar mudanças de estilo de vida, medicações utilizadas e cirurgias disponíveis no tratamento da HBP.


Enquanto durar o período de isolamento, o IUP Urgência funcionará normalmente, todos os dias, das 7 às 21 horas. Contudo, para o bem estar coletivo, solicito que realmente ponderem a necessidade de deslocarem-se para o atendimento. Desse modo, procurem o IUP Urgência em casos que realmente precisem atendimento imediato.


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