Impotência sexual e o Iceberg

Impotência sexual e o Iceberg

É possível que você já tenha visto a analogia a Iceberg na explicação de muitos assuntos. É provável que na primeira vez, tenha achado interessante. Depois perde um pouco o brilho. Neste caso, especificamente, há utilidade na analogia. Afinal, por que a disfunção erétil é a ponta do iceberg?

A ereção peniana é um fenômeno complexo. Sua perda, parcial ou total, é cercada de problemas que podem envolver não só a circulação local do sangue mas também o equilíbrio neurológico, psicológico e hormonal.

Assim como a circulação local pode estar comprometida. Mas a circulação em outros locais pode também estar sofrendo: membros, coração e cérebro, por exemplo. Como resultado, há impactos na saúde física, psicológica e na qualidade de vida, não apenas em quem tem disfunção erétil, como também das parceiras ou parceiros.

Fator neurológico, psicológico, hormonal, problemas físicos, infarto, acidentes vasculares cerebrais, dor nos membros inferiores, impacto em outras pessoas. É um grande iceberg escondido embaixo do cume que enxergamos.


O que é a impotência sexual?

Ora chamada de impotência sexual, ora de disfunção erétil, esse problema é definido como a inabilidade persistente de ter e manter uma ereção suficiente para uma performance sexual satisfatória. Em um estudo com homens entre 30 e 80 anos, a prevalência da disfunção erétil foi de 19,2%. Em detalhes temos que: 2,3% nos mais jovens até 53,4% nos mais idosos. 

É importante salientar que a disfunção erétil pode ser até um sinal potencial de doença cardíaca.


Como acontece a ereção?

Primeiramente, para acontecer a ereção, deve haver um estímulo. Esse estímulo é recebido pelo cérebro que então desencadeia uma série de processos que farão a circulação de sangue aumentar no pênis e encher os corpos cavernosos. Corpos cavernosos, são estruturas semelhantes a esponjas, envolvidas por um tecido firme. Quando o pênis está flácido, há pouca circulação de sangue nos corpos cavernosos. Quando a circulação de sangue aumenta, eles se enchem e levam o pênis a ereção.

impotencia sexual

Alguns problemas podem impedir que esse estímulo, se traduza em ereção. Já que ele deve passar pelo nosso sistema nervoso, não é de se espantar que problemas neurológicos e psicológicos não deixem a mensagem gerada ser transmitida de maneira adequada. Assim também, os hormônios sexuais desempenham papel importante na transformação do estímulo em uma mensagem para o pênis ficar ereto.

Finalmente, há a questão circulatória. Ainda que a mensagem chegue de adequadamente às artérias do pênis, se elas estiverem obstruídas com placas de gordura, não haverá passagem de sangue para encher os corpos cavernosos. E, se as artérias do pênis estiverem obstruídas, o mesmo pode estar ocorrendo nas artérias do coração, do cérebro e das nossas pernas.

ereção

Fatores de risco para Impotência Sexual

Cardiovasculares

A disfunção erétil tem os mesmos fatores de risco que as doenças cardiovasculares: obesidade, dislipidemia (colesterol alto), hipertensão, doença vascular periférica, diabetes mellitus, síndrome metabólica, sedentarismo e tabagismo.

Essas não apenas são as causas mais comuns, como também as de maior impacto. Ressalto também insuficiência renal e hepática crônicas.


Neurológicos

Patologias neurológicas centrais afetam a ereção: doenças degenerativas (esclerose múltipla e Parkinson), traumas raque-medulares e acidentes vasculares encefálicos (derrames). Da mesma forma isso acontece com as patologias neurológicas periféricas: secundárias a diabetes ou cirurgias pélvicas/retroperitoniais e polineuropatia.


Hormonal

Em seguida, chamo atenção para os problemas hormonais: diabetes melitus, hipogonadismo, problemas na tireóide, problemas na hipófise e a secreção de corticoides.


Psicológico

Com toda certeza problemas psicológicos afetam a ereção: depressão, ansiedade, falta de autoestima/ autoconfiança, estresse, problemas com intimidade sexual e desejo diminuído. Há ainda situações relacionados a certos parceiros ou cobrança por performance.


Drogas e Medicações na Impotência Sexual

Para finalizar lembramos que algumas medicações e drogas que podem estar envolvidas no aparecimento da disfunção erétil:

  • Alguns anti-hipertensivos (diuréticos tiazídicos e beta-bloqueadores);
  • Alguns antidepressivos (inibidores seletivos da receptação da serotonina);
  • Antipsicóticos (neutolépticos);
  • Antiandrogênicos (análogos e antagonistas do GnRH, inibidores da 5 alfa-redutase);
  • Drogas recreativas (álcool, heroína, cocaína, maconha, metadona);
  • Drogas sintéticas e esteroides anabolizantes.

Seja como for, na maioria das vezes, múltiplos fatores estão envolvidos. Esperamos que esse artigo elucide um pouco do que está abaixo da dificuldade de ter ereção: possíveis doenças, hábitos e estilo de vida, influências e consequências psicológicas. Voltaremos ao tema em futuras postagens para discutir a abordagem do tratamento.

Confira também nosso especial sobre Ereção e Disfunção Erétil!
Post original no blog do Dr. Tiago Aguiar


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