Nos dias atuais, o uso do laser na urologia já é considerado um procedimento de rotina, sendo utilizado no tratamento de diversas doenças urológicas, desde condilomas venéreos (HPV), até tumores malignos do sistema urinário. No entanto sua aplicação mais comum é no tratamento dos cálculos urinários (pedras) e na hiperplasia prostática benigna (obstrução da próstata).
Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB)
A hiperplasia benigna da próstata é um aumento não canceroso do órgão que comprime a uretra, obstruindo o fluxo de urina podendo causar lesões renais .
A causa do problema não é totalmente conhecida, mas acredita-se que esteja relacionada às alterações hormonais que ocorrem com a idade. Ocorre principalmente em homens com mais de 50 anos. Os principais sintomas são: aumento da freqüência urinaria durante o dia e a noite, esvaziamento incompleto da bexiga e jatos urinários mais fracos do que o normal. Não tratar a doença pode prejudicar e causar infecções e doenças nos rins. Cerca de 80% dos homens com mais de 50 anos apresentam algum sintoma da doença.
O Green Light Laser, ou simplesmente laser verde, trata-se da mais nova descoberta da medicina para o tratamento da hiperplasia prostática benigna. Tal laser se caracteriza pela emissão de um raio que é capaz de vaporizar o tecido sem causar sangramentos. Além disso, a profundidade de penetração do laser no tecido prostático é baixa (2mm), diminuindo assim a ocorrência de sintomas urinários irritativos no período pós-operatório.
A grande vantagem é de que os vários pacientes que previamente não tinham condições de serem operados por via aberta; laparoscópica ou mesmo por ressecção transuretral da próstata (RTU), agora podem ser operados com o laser verde e se livram dos sintomas urinários irritativos e obstrutivos. Dentre estes, as principais indicações do uso do laser são para os pacientes que estão em uso de anticoagulantes, nos portadores de marcapasso cardíacos ou qualquer patologia que necessite de tempo cirúrgico curto e baixo tempo de recuperação.
O tempo de internação com esta técnica é muito baixo (1 dia), da mesma forma que o tempo de uso de sonda vesical (0-1 dias). Geralmente a perda sanguínea pós-operatória é mínima, não necessitando de irrigação vesical contínua na maioria dos casos. Tornando o retorno do paciente às suas atividades habituais mais rápida e segura.
Benefícios para os cardiopatas
O tratamento com o Green Light representa um avanço também para os pacientes que fazem uso de drogas anticoagulantes ou ácido acetilsalicílico, como por exemplo, os cardiopatas – não há necessidade de se suspender o uso do medicamento para realização da cirurgia. Além disto, a irrigação durante o procedimento cirúrgico é realizada com soro fisiológico ao invés de manitol, ou seja, o risco de intoxicação hídrica inexiste. A sonda vesical pode ser retirada 24h após o procedimento, quando comparado aos habituais três a quatro dias pós Ressecção Transuretral Convencional da Próstata (RTU).
Dr. Fábio Watanabe
CRM : 104832
Médico urologista do IUP